Eu li: TODOS os livros do John Green! - Dropando Ideias

Com todo o hype do pessoal nas redes sociais para A culpa é das Estrelas, não é difícil que você – mesmo sem ser chegado a esse tipo de leitura, ou qualquer uma até – já deve ter ouvido falar de John Green. O autor, youtuber e nerdfighter escreve bem sim, apesar de faltar um certo tempero em partes das histórias.

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O primeiro livro do John Green que li foi Deixe a neve cair, e me impressionei com como histórias simples podiam ser tão acolhedoras. Não sei se considerei o livro tão bom por conta do momento que eu passava, mas que John e os outros autores parecem abraçar você. E além disso, John consegue fazer com que as histórias se liguem por pequenos detalhes; frases simples ditas pelos personagens, objetos quase que insignificantes nas cenas, coisas pequenas mas que tornam quase impossível que não se lembre de outro de seus livros. Há um elo entre suas histórias não só pela aventura ligada aos sentimentos dos personagens, mas também por quase easter eggs mesmo, entendem?

 

dropando ideias cidades de papelTítulo: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 361
Tempo de leitura: 4 dias
Nota: [rating:4.5] Sinopse: “Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um prêmio nobel, nem ter um câncer terminar de ouvido. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos. Poderia ter me casado com a rainha da Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi o seguinte: de todas as casa em todos os condados da flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman.”

O segundo que eu li do João Verde foi Cidades de Papel. O livro com mais ação e aventura de todos os dele. A história conta sobre Quentin e sua melhor amiga de infância, Margo, e como crescer fez os dois se afastarem. Enquanto ele seguia a vida, conformado com as coisas e as pessoas, ela criava um mistério em torno de si mesma e criticava – mesmo que internamente – o modo como as ” pessoas de papel nas cidades de papel viviam suas vidas de papel”.

A primeira grande mudança na vida de Quentin envolve Margo, uma praça e um homem morto.

Enquanto o garoto queria correr assustado, imaginando mil coisas – que eles morreriam também, que o homem se levantaria como um zumbi e tentaria comer seus cérebros, etc -, Margo queria se aproximar e descobrir o que tinha conhecido. E mesmo depois que a polícia foi chamada e o corpo levado, Quentin continuava a ter pesadelos enquanto a jovem Margo invadia a casa do homem (agora casa do homem-morto) para descobrir o que o levara ao encontro da morte.

A partir desse acontecimento os dois vão se afastando cada vez mais; mas mesmo depois de muito tempo Quentin ainda nutria uma paixão quase platônica por Margo, e por mais que tentasse não encontrava mais espaço para ele na vida dela. Foi então que numa noite comum de sexta-feira que a srta. Roth Spiegelman apareceu em sua janela e mudou sua vida de uma maneira muito, muito estranha. Naquela noite Margo e Q – como é chamado Quentin na narração – saem pela cidade escura executando um plano maluco de vingança; e na segunda-feira, quando Q pensa que finalmente Margo deixou que ele voltasse a sua vida, ela não aparece.

Nem no dia seguinte. Nem na semana seguinte. Nem no mês seguinte. Margo desaparece um dia depois do seu encontro com Quentin, o que não é incomum de Margo segundo sua família; a garota tem essa mania de sumir por uns tempos para algum lugar longe, sem avisar ninguém, porém sempre deixa pistas de pra onde foi – uma miney de pelúcia na cama quando foi para disney, letras num prato de sopa-de-letrinhas, etc -, e dessa vez Q acredita que ela tenha deixado uma pista pra ele.

{SPOILER SUPREME} O final me decepcionou um pouco, eu preferia que eles ficassem juntos ou que ao menos as pistas realmente fossem pistas, por que o final foi meio parado para toda a agitação que foi o livro.{/SPOILER}

 

dropando ideias quem é você alascaTítulo: Quem é você Alasca?
Autor: John Green
Editora: Intrínseca (quando eu li era da Martin Fontes – por isso essa capa – mas atualmente é da Intrínseca)
Número de Páginas: 230
Tempo de leitura: 2 dias
Nota: [rating:5] Sinopse: “Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras – e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao “Grande Talvez”. Quem é você, Alasca? narra de uma forma brilhante o impacto indelével que uma vida pode ter sobre outra. Este livro incrível marca a chegada de John Green como uma voz importante na ficção contemporânea.”

 

De todos os livros do John, esse foi o que eu mais gostei. É seu trabalho mais maduro, sem a purpurina doce de A culpa é das Estrelas ou a quase ficção fantástica de Cidades de papel. Quem é você Alasca? tem a história mais interessante, os personagens mais cativantes e as reflexões mais bonitas de todos os seus livros.

Milles é solitário, sem amigos além dos mortos já biografados, dos quais ele coleciona as últimas palavras. Alasca é quase o oposto. Cheia de amigos, curte a vida, e tem uma alma profunda e uma mente extremamente sagaz.

“…Se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão”.

Quando Milles se muda para a nova escola e conhece Alasca é quase amor a primeira vista. Os dois, mais seu grupo de amigos, passam os dias em Culver Creek criando pegadinhas e trotes, bebendo “ambrosia” – uma misura de vodka com leite feita por eles -, e fumando cigarros escondidos. Lidam com dilemas da vida como o amor, a saudade, a família e aquela sensação incessante de que o mundo conspira contra você o tempo todo.

O livro não é dividido em capítulos, é dividido em “dias”. Não como se absolutamente cada dia fosse contado, mas numa divisão como “365 dias antes”, “362 dias antes”, e etc. E, não, o livro não acaba no ~dia zero~, e nem vou lhe dizer o que acontece nele. John já fez o seu fuzuê e conseguiu a fama de autor malvado que mata os personagens legais (convenhamos que não como o tio George butttt), e ainda sim eu não esperava o final desse livro. Acredito que ninguém que leu esperava isso. E eu não esperava chorar tanto.

 

dropando ideias teorema katherineTítulo: O Teorema Katherine
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 304
Tempo de leitura: 4 dias
Nota: [rating:2] Sinopse: “Quando se trata de garotas (e, o caso de Colin, quase sempre se tratava), todo mundo tem o seu tipo. O de Colin Singleton não é físico, mas linguístico: ele gosta de Katherines. E não de Katies, nem Kats, nem Kitties, nem Cathys, nem Rynss, nem Trinas, nem Kays, nem Kates, nem – Deus o livre – Catherines. K-A-T-H-E-R-I-N-E. Já teve dezenove namoradas. Todas chamadas Katherine. E todas elas – cada uma, individualmente falando – terminaram com ele.”

 

Eu só tenho a dizer sobre esse livro: chaaaaaaaaaaato. Eu só não dei zero pra esse livro por que a narração do John + a lógica matemática + notas do rodapé o salvaram, e olha que nem tanto assim.

Colin é um garoto do ensino médio, mas não é um garoto comum. Ele é um prodígio, como gosta de dizer. Aprende com muita facilidade; matemática, linguás, história, e tudo o mais. Participou até de programas de TV, e dedica grande parte do seu tempo livre ao estudo.

Seu problema é com os relacionamentos: ele só namora Katherines. Não é um fetiche, nem ser altamente seletivo. Apenas ocorre de que ele – ao longo de toda a sua vida – não se apaixonou por nenhuma garota com outro nome. Acaso do destino combado com sacanagem do universo, eu diria.

Até ai tudo bem, mas o grande problema começa quando a Katherine XIX termina com ele. O relacionamento mais duradouro de Colin até então. O garoto entra em uma fossa braba por conta desse termino. E em vez de ficar em casa chorando na banheira ele decide mudar de ares graças a Hassan – o melhor amigo de Colin, muçulmano e engraçado, ajudou a quebrar a chatice do livro também -, e eles partem de carro sem rumo definido.

O foco do livro é mostrar a vida e os sentimentos de uma pessoa nessa época pós-termino recente, a depressão, a carência, o choro, a busca por distrações e calma, a superação, e em alguns casos, o encontro de um novo amor. Mas Colin decide tentar driblar essas etapas e estar preparado para a próxima vez – veja só o otimismo do garoto, hein? -, e decide criar uma conta matemática que consegue prever se o namoro vai terminar e quem vai termina-lo. O que convenhamos, é bem inútil; mas Colin acaba tornando a história toda em torno disso. Cada coisa que ele faz, cada lugar que ele vê, são inspirações novas de como melhorar a precisão do teorema (por isso o título, sacou? hehe), o que vira uma coisa muito chata.

 

dropando ideias a culpa é das estrelasTítulo: A culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 286
Tempo de leitura: 2 dias
Nota: [rating:4.5] Sinopse: “Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre o 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros… Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais número do que provavelmente vou ter.”

Convenhamos, eu não preciso explicar a história desse livro pra vocês né? O livro Rei da coleção do John Green já conseguiu marcar na mídia e na internet, tanto que – como vocês viram a cima – vai virar filme.  Mas apesar de todo o bafafa criado em torno desse livro, eu tive um pequeno problema com ele: eu não gostei dele tanto assim.

A culpa é das Estrelas fala de um romance vivido por uma garota que tem plena consciência de que pode morrer a qualquer instante, e um garoto; vale ressaltar isso por que a maioria de nós trata a morte como algo – no mínimo – improvável, já Hazel não. Ela sabe a seriedade de sua doença – câncer -, e se auto denomina “uma granada”, prestes a explodir a qualquer segundo destruir as coisas ao seu redor.

Hazel andava meio desanimada com a vida, as coisas tinham perdido aquele gostinho agridoce do dia-a-dia; era sempre a mesma coisa, ir ao centro de apoio para pessoas com câncer no “coração de jesus”, dormir com um aparelhinho barulhento que à ajudava a respirar, ter constantemente que fazer um esforço danado só pra colocar oxigênio nos pulmões, ler seu livro favorito, Uma Aflição Imperial pela trilionésima vez… Até que ela conhece Augustus Waters.

Bonitão, galã, inteligente e sagaz – o típico príncipe encantado das ficções românticas de hoje em dia -, Augustus vai se aproximando de Hazel e apaixonando-a e deixando-se apaixonar gradativamente. Augustus também teve câncer na vida, mas já estava sem indícios da doença a tempos, e tinha 75% de chance de nunca mais encontrar com a doença na sua vida.

Ai que a parte fantasiosa – com disfarce de “vantagens do câncer”, como diz a Hazel – começam a eclodir demais e me incomodar. Quer dizer, PLOF! viagens internacionais, um romancezinho meio forçado demais entre os dois, entre outros. Mas mesmo assim, o final não deixou de me surpreender e me fazer chorar rios. A culpa das estrelas não é um livro ruim, mas na minha singela opinião, ou você investe num romance realista, ou numa ficção fantástica, por que pra mim o gênero criado da mistura desses dois irrita.

 

dropando ideias will e willTítulo: Will & Will
Autor: John Green e David Levithan
Editora: Galera Record
Número de Páginas: 384
Tempo de leitura: 2 dias
Nota: [rating:4.5] Sinopse: “- Quem é você?
Eu me levanto e responto:
– Hã, eu sou Will Grayson.
-W-i-i-l G-r-a-y-s-o-n? – pergunta, soletrando impossivelmente rápido.
– Hã, sim – digo. – Por que a pergunta?
O garoto me olha por um segundo, a cabeça inclinada, como se pensasse que eu poderia estar passando um trote nele. Então finalmente diz:
– Porque eu também sou Will Grayson.”

Devo dizer que em questão à narração, Will & Will foi o mais surpreendente. Não foi meu favorito por pouco, e ainda sim é difícil escolher entre ele e Quem é você Alasca?. Já que os dois captam sentimentos de pessoas, e a influencia delas sobre umas as outras, de uma maneira doce e realista, e também, envolvente no sentido de conseguir-se ver refletido nas problemáticas dos personagens.

Will & Will conta da vida de dois garotos – sendo os capítulos alternados entre a narração de John, com um Will, e David com o outro -, com o mesmo nome e sobrenome; e como o encontro completamente inusitado dos dois trás mudanças a vida deles e das pessoas a sua volta.

Um Will, o escrito por John, é de bem com a vida; calmo, divertido, melhor amigo de Tiny Cooper (um excêntrico rapaz que como diz o próprio Will é “muito grande e gay”), e apaixonado por sua amiga Jane, que já esta comprometida com outro.

O outro Will, escrito por David, é um garoto tímido e quieto, mas internamente explosivo e agressivo, quase emo as vezes (ainda usam esse termo?!), que tem problemas com a família e colegas de escola, a única coisa que ele tem ‘parecida’ com um amigo é Maura, uma gótica chata e irritante apaixonadinha por Will; só que o coração dele já tem dono um garoto que conhece pela internet, Isaac.

Eu não quero dar muitos spoilers, mas preciso dizer que nunca fiquei tão irritada com uma personagem quanto fiquei com a Maura; e também nunca me surpreendi tanto com uma narrativa. O modo como o amor homossexual é retratado nesse livro é fantástico! Por favor não me entendam mal, achando que eu acreditava que o amor homossexual não podia ser tão fofo quanto um amor hétero, mas eu nunca tinha encontrado nada (livros, séries, filmes) que retratasse-o com a doçura que esse livro retrata. Até por que, com o tanto de preconceito ridículo que vemos por ai, é difícil achar pessoas que realmente saibam retratar isso da maneira pura e verdadeira que é, como qualquer outro amor.

Você gosta de alguém que não pode retribuir seu amor porque é possível sobreviver ao amor não correspondido de uma forma que é impossível no caso do amor correspondido.

Então é isso meu povo! Espero que vocês leiam ao menos um livro do John Green, por que acredito ser  razoavelmente importante estar por dentro desse tipo de tendencia da cultura pop. E até por que, John é um cara ótimo. 🙂

PS: Vocês viram que o blog mudou o layout? 😀 (acho meio impossível não ver, né?) O que acharam? Encontraram algum erro, alguma dificuldade? Me da um alo ai nos comentários!

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