Roubei um PS3 e joguei The Last of Us!

Ta, eu não roubei um ps3, eu peguei emprestado o do meu namorado, já que eu tenho um xbox360 (que amo muito, só pra constar); e joguei um dos jogos mais comentados desse ano, e  que muita gente diz que é um forte candidato a Jogo do ano no tão aclamado Video Game Awards;

Tenho certeza que você viu ao menos uma pessoa que não tem ps3 comentado o  quanto queria esse game. The Last of Us nos relembrou o poder dos exclusivos perante aos consoles – afinal, o que são eles sem as grandes franquias de jogos? -, poder que fez muita gente, inclusive eu, dar o braço a torcer e parar de reclamar do controle nada anatômico pra dar uns headshots.

The Last of Us começa com Joel, nosso personagem principal, e sua filha, numa típica noite assistindo TV no sofá. Parecia que tudo ia acabar normalmente naquele dia, mas no meio da madrugada, Sarah – a filha de Joel -, acorda com uma estranha ligação do seu tio Tommy e nota que seu pai não esta em casa. O celular do pai deixado pra trás, e um bilhete estranho na geladeira aumentam ainda mais a tensão da garota; sem falar na reportagem na televisão deixada ligada no quarto do pai, em que uma repórter e seu câmera decolam igual a equipe Rocket por conta de uma explosão.

Logo o pai volta, tenso. Pega uma arma na gaveta e diz para Sarah que eles tem que sair dali; e depois de uma visita rápida de um vizinho eles partem com Tommy de carro.

A cidade esta um caos pior; pessoas correndo, prédios pegando fogo, e pessoas (ou seriam animais?) aparentemente loucas mordendo e comendo quem vissem pela frente. Enquanto Joel gritava “Anda!” e Tommy tentava desesperadamente passar com o carro pelos encombos, uma combi desgovernada bate neles, e Joel fica inconsciente; [provavelmente] alguns segundos depois ele acorda, no mesmo caos, com sua filha lhe sacudindo.

As pessoas doentes estranhas estão se aproximando, e Joel quebra o vidro do carro pra poder correr, tendo que carregar Sarah no colo, já que a menina machucou a perna na batida. E eles fogem com Tommy por um beco.

No desespero e fugindo dos zumbis (vocês já notaram que as pessoas doentes estranhas são zumbis né? Por favor), eles entram correndo em uma casa,  e Tommy segura a porta para que Joel corra com a menina enquanto os monstrengos empurram a porta adoidados.

Joel corre, e consegue chegar com a Sarah na base militar para pedir proteção; mas infelizmente eles não são bem recebidos, e, érr… Não vou dar spoiler! Mas devo dizer que é uma cena bem triste; e que da vontade de explodir a cabeça de algumas pessoas.

Quando você começa o jogo e ve a Sarah você fica meio confuso, e já com um pressentimento de “Xi… Vai dar merda.”, por que todo mundo já sabia, por ter visto gameplays, notícias, ou até a capa do jogo!, que ela não era a garota com quem Joel se aventurava contra os zumbis. Essa era a Ellie.

Você se apaixona pela Ellie no primeiro “Vai se foder!” que ela manda pro Joel. A menina surge na vida de Joel 20 anos depois do início da infecção zumbi; como apenas mais uma das coisas que ele precisa levar de cá pra lá em troca de vales de alimentação.

Era pra ser só um serviço rápido com a sua parceira Tess; a pedido dos vaga-lumes – uma facção que ainda tenta achar a cura para ‘zumbizeira’ – eles deveriam levar a garota até uma base deles fora dos limites da zona de quarentena da cidade. Mas, em como toda boa aventura, imprevistos acontecem e Joel precisa levar a garota até muito mais longe do que imaginava.

Agora que já falei da história pra vocês devo dizer como eu me senti, e o que eu achei desse jogo. E devo começar dizendo que: até eu me acostumar com o clima de tensão do game eu tive que revezar entre The Last of Us e transformice, cheguei pedir água com açúcar pra poder me acalmar com aqueles malditos Clickers.

Não que o jogo de medo, não é um terror; mas você sente uma tensão estranha passando do lado daquelas coisas que andam engraçado e tem a cara de espinha. Da agonia de errar um passo em cima de cacos de vidro e morrer.

Diferente do meu namorado eu gostei de terem saído do clichê atual de zumbis. Tratando-o não como um vírus que se instalam no cérebro e faz o corpo do ser humano já morto voltar a fazer parte de suas antigas funções; mas como um fungo semelhante ao Ophiocordyceps unilateralis, tomando posse do corpo da pessoa e comandando-o.

Essa causa diferente fez com que a maneira de combater também fosse diferente. Diferente do que vemos hoje em dia em The Walking Dead, Left4Dead, WarZ – e outros TANTOS títulos cheios de sangue e cadáver que correm -,  a única maneira que combater tal praga não é com tiros na cabeça. Mas também na porrada!

Em The Last of Us você pode matar zumbis do primeiro e segundo estágio com socos, facadas, golpes de cano-de-aço na cabeça; algo bem legal. Um pouco mais difícil de achar uma ciência pra explicar o por que daquilo dar certo, mas inovador e fora do clichê. Para o terceiro e o quarto tipo ficamos com as opções de queimar, ou meter bata até se perguntar como aquela coisa ainda esta de pé. (Detalhe: terceiro e quarto tipo te matam com um hit se você não tiver a habilidade de defender com a faca upada hein; cuidado)

Os detalhes dos cenários do jogo também são demais. Eu já tenho a mania de demorar 3x mais para terminar uma fase por ficar horas olhando os detalhes de um quadro na parede, ou objetos espalhados pelo chão; com The Last of Us não foi diferente. Os cenários das cidades destruídas, juntando limo. As casas com um posicionamento de objetos que quase conta como foram os momentos da saída desesperada de casa das famílias, os armários e as gavetas revirados, objetos deixados caídos para trás, e até a louça de um jantar abandonado as pressas em cima da mesa. É tudo muito detalhado.

E ainda falando do cenário e do modo de combater inimigos, tenho que falar da junção dos dois. Lembrando que em The Last of Us não temos apenas os zumbis pra combater. Temos seres humanos também, que querem matar Ellie e Joel pelo simples fato de eles estarem cruzando uma cidade que “é deles”.

Direto vemos Joel pegar um inimigo peço pescoço e bater sua cabeça contra a parede, e sendo completamente perfeccionista ainda encontramos uma mancha de sangue perfeita aonde o crânio foi esmagado. E é assim com vários objetos em cena, mesas, postas, grades, o próprio chão… E não são combos ou comandos diferentes, você só aperta quadrado Joel cuida da parte de tornar a pancadaria ainda mais interessante. E tudo isso com uma trilha sonora perfeita para o clima, já deu pra sacar o quanto é foda esse jogo né?

Existem também os Artefatos; objetos que você pode pegar ao longo do jogo para desbloquear troféus, mas que não são essenciais para seguir a história. Colares dos vaga-lumes, os gibis que a Ellie gosta de ler e manuais de melhoramento para o personagem. Mas o que eu achei mais legal são as cartinhas. A grande maioria delas é de alguém que não ficamos se quer sabendo como era o rosto, mas é legal imaginar ela escrevendo aquilo. Ah também recortes de jornais, fotos de família, gravadores para ouvir.

Dessas cartinhas aS que eu mais gostei foram as do Ish; um cara que fugiu para o mar no apocalipse zumbi, mas teve que voltar por não ter mais suprimentos e acabou indo se esconder nos esgotos. Um dia ele encontra uma família, troca alguns suprimentos com ela e vai embora para seu esconderijo outra vez; mas retorna para convida-los a viver com ele quando nota que não há sentido em sobreviver sozinho.

Ish vai contando como era o dia-a-dia no ‘abrigo-esgoto’, onde várias pessoas se juntaram a eles com o tempo, e como foi sua fuga quando ele teve que fugir. A maneira meio extrovertida de escrever me fez gostar ainda mais dele; e eu acabei descobrindo que ele é um possível easter egg! Uma referencia a  Isherwood Williams, de Earth Abides, onde o Isherwood cria uma comunidade de sobreviventes em um mundo em ruínas, assim como Ish. (Alias, já aproveitando: façam um DLC com ele pelo amor de jesus!)

O que me deixou encabulada (sim eu uso essa palavra) foi o final do jogo. Joel, qual é a tua cara?! Não vou dar muitos detalhes mas na minha singela opinião a Ellie deveria poder escolher o que fazer com a vida dela. De qualquer jeito, tudo indica um possível The Last of Us 2; agora pra quando só Gaia sabe.