Sobre não ter medo do futuro (só um pouquinho) | Dropando Ideias

Eu não passei na FUVEST. Pff… Eu sei, eu prometi que não ia ver meu número de acertos antes mesmo de sair as notas finais, mas eu não resisti. Chorei, fiquei mal, pedi desculpas pra todo mundo (sei lá por que na real), mas agora estou bem. E vim falar sobre um negocinho.

Desde que a matéria da aula de matemática parou de ter apenas números e começa a incluir também letras (mais especificamente X e Y), uma pergunta começou a martelar na minha cabeça e me perseguir como nenhuma pergunta jamais perseguiu (e creio que jamais perseguirá):

Por que caralhos eu preciso saber disso? Alias, por que caralhos eu preciso saber de qualquer coisa que eu aprendo aqui?

Pra passar no vestibular. Você é só uma criança. Porque é importante. Estude, um dia você vai usar isso. Você vai ver. Você não entende agora mas daqui uns anos você vai sentir a importância. Você já sabe o que vai ser quando crescer? Queira algo que de dinheiro. E aprenda tudo isso para isso. Me escuta. Eu sou mais velho que você. Estude, estude, estude.

Ok, eles até que estavam certos. Agora que o ensino médio acabou e eu sou oficialmente uma desempregada, o porquê de aprender aquilo faz um certo sentido (mesmo que ainda seja um absurdo pra mim você ter que saber uns assuntos X de química para passar em, sei la, música, mas isso é outro papo). É uma preparação, um básico pra você poder escolher entre todas as opções que você tem. E nossa, me falta muito desse básico ainda, infelizmente.

Que bom que isso não é tudo na vida.

Depois de tanto me perguntar POR QUE? tomei jeito nesse assunto. Aceitei. Escolhi bem cedo o que queria fazer, Design, e comecei a me preparar. Eu sabia o curso e lia sobre os vestibulares e faculdades, sonhava e estava feliz. E dai eu não passei, é.

Mas de certa forma estou feliz de não ter passado. Muita gente acha que sair do ensino médio e não entrar na faculdade logo é um “ano perdido”, e felizmente eu penso justamente o contrário. 2016 vai ser o ano em que eu vou aprender a morar sozinha, vou fazer cursinho, vou me dedicar ao blog e ao canal, “ano perdido” é só se você deixar isso acontecer.

Eu também ganhei mais tempo pra pensar. Confesso que uns dias antes da prova eu estava pensando em marcar respostas erradas pra não passar, tamanha minha insegurança com meu curso. Era o dia inteiro “e se curso tal for mais legal?”,”e se eu não gostar de design?”.

É mais tempo pra eu aceitar também que não importa o que eu escolha, eu posso e vou mudar depois de o que vou fazer da vida.

dropando ideias escolhas faculdade e futuro

Eu lembro até hoje, no colégio que eu estudei por anos e anos da minha vida e vivi muita coisa boa, a professora falava justamente sobre faculdade e vida adulta, lá pela 7° série mesmo, e ela soltou a seguinte frase: “Escolher faculdade não é escolher o que você quer fazer da vida, não é pra sempre. Nem EU sei o que quero da vida ainda”.

O que eu quero dizer é que a vida é completa e absurdamente mutável e  incontrolável, e ta tudo bem ser assim.

Você fazer medicina hoje não quer dizer que você vai fazer isso pra sempre. Talvez no meio do caminho você se apaixone por pintar aquarelas e fale “wow, fazer isso é muito mais legal do que medicar pessoas, acho que vou tentar viver disso”. É muita ingenuidade acreditar na sua própria incapacidade de mudar, de desejar algo novo.

Talvez eu esteja falando isso apenas pra auto consolo, mas ainda sim eu espero que 2016 seja o primeiro ano do meu grande futuro, e do de vocês também.

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