Público: Com quem eu estou falando na internet? - Dropando Ideias

Uma vez que disseram que postar coisas na internet é como gritar pelado em uma praça. Você expõe o que pensa para seu público e está mais vulnerável do que imagina. Vulnerável a receber hate, a virar meme, a criar reações em cadeia que você nem imagina e, principalmente, a mudar o dia de alguém. A multidão que se acumula a sua volta nessa tal praça normalmente reflete coisas sobre você mesmo. Você está aos berros falando sobre moda? Provavelmente aquelas pessoas estão ali por quererem ouvir sobre isso (e principalmente por quererem ver quem é o doido pelado falando sobre isso). Mas, e se você fala sobre tanta coisa que já se perdeu um pouco em quem está ali a sua volta?

Eu crio conteúdo para internet desde 2010, acho. Já falei de muita coisa. Tive minha fase de falar especificamente sobre moda e maquiagem, falei de conteúdo adolescente, de séries e filmes, de quadrinhos, escrevi poesia de tumblr e crônicas. Hoje sinto que escrevo e falo mais sobre videogames, criação de conteúdo para a internet e comportamento, mas sendo bem sincera não me sinto a vontade tendo o que chamamos de “nicho”.

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Nicho pode ser tanto aquela prateleira bonitinha e quadrada de parede quanto um assunto específico para se criar conteúdo para um público. Existem canais que falam com o nicho gamer, com o nicho otaku, o nicho de maquiagem e até o nicho de cuidados com aquários. São diferentes assuntos, então diferentes nichos. É duro ter que escolher, e eu não quero escolher.

Dizem por aí que criar conteúdo sem ter um nicho é pedir para criar conteúdo natimorto; pelo menos no atual funcionamento dos algoritmos e métricas. Marketing digital não é um bicho de sete cabeças, e tem muito para se aprender sobre ele online e como usa-lo a seu favor para crescer seu público; mas ainda sim, é complicado. O quanto do meu conteúdo é marketing e o quanto do meu conteúdo é humano mesmo? Eu não quero criar conteúdo de nicho, porque eu sou um ser humano e gosto de me mostrar como ser humano online. E um ser humano tem várias facetas, vários gostos, vários assuntos. Me imaginar falando apenas sobre videogame ou apenas sobre militância é sufocante. E desmotivador; mas também é desmotivador pensar que se eu não me adequar ao algoritmo eu nunca vou fazer o que eu quero… E agora?!

E agora.

A algumas semanas atrás eu públiquei um vídeo chorando. Fiquei triste com esse mundaréu de coisas que é criar conteúdo para a internet e tentar viver dele. Não é só uma baixa auto estima e números que meio que jogam na sua cara o quão irrelevante você é para o mundo, mas uma preocupação profissional de como é que eu vou fazer para pagar as contas se isso aqui não crescer? Ser creator fode com a sua cabeça e não te faz café da manhã.

Mas o subtítulo grande ali em cima diz “E agora”, e o que eu tenho para dizer sobre o presente – depois de muitos feedbacks do meu público, elogios e mensagens carinhosas – é que se fodam os algoritmos e as métricas.

Ok, não tanto assim. Também não vou deixar de tentar, pelo menos um pouco, fazer com que meu conteúdo cresça. É o meu sonho, afinal de contas. É só uma questão de se adequar as situações. Equilibrar os dois lados da balança e ver no que da. No fim das coisas, eu sou a única pessoa que pode tomar qualquer tipo de atitude em relação a isso.

Tem vários ditados que eu posso colocar aqui para fazer um paralelo bacana, mas acho que o “quando uma porta se fecha… pule a janela” é o que melhor exemplifica. Eu não sei com quem estou falando na internet. Não sei do que eles gostam, qual a idade deles ou se eles querem me ouvir falando de aquários ou videogame, mas eu preciso me manter autentica. E a minha autenticidade está em saber que eu – e todo mundo-  somos maiores por dentro. Maiores do que parecemos nas fotos, maiores do que nossos pais acham, maiores do que aquele crush que nos deu bola uma vez acha.

Eu to aqui para te lembrar isso, e as vezes eu uso videogame e outras coisas mais para passar a mensagem.

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