Quando eu ainda estava na barriga da mamãe-cinios, meu pai comprou um Sega CDX pra ele e minhã mãe passarem o tempo livre. Foi o primeiro console com qual eu tive contato, com uns quatro ou cinco anos de idade (durou esse console, hein). E apesar de não ser um Super Nintendo eu tive que assoprar muita fitinha.
Na época pokemon estava em alta no cartoon network. E eu, apaixonada pelo anime e fã do Ash – tal qual milhões de crianças que hoje estão ai jogando Pokemon X/Y em seus 3DS (menos eu) -, me deparei um dia com meu pai me entregando uma fita preta, meio arranhada, com um logo escrito “Pocket Monsters” com um pikachu meio deformado ao fundo.
Resultado: depois de jogar o jogo peguei minha hamster e comecei a “controla-la” em cima dos moveis de casa como se estivesse em um jogo de plataforma. Criança é meio besta mesmo.
Foi o primeiro jogo de pokemon que joguei, e ali começou uma linda e duradoura história de amor… Mas que fica pra depois. Foquemos agora no tal “Pocket Monsters”.
Só pelo nome do jogo ser “Pocket Monsters“, e não o atual “Pokemon” você já se liga que isso é velho pra baralho. Não me lembro de muita coisa do jogo, mas lembro de AMAR a musiquinha de abertura (acima) e ficar bastante tempo pensando se aquele pokemon perambulando por uma das primeiras fazes era um charmander ou um charmeleon (pixels e cores não ajudavam em nada).
Eu me divertia demais, apesar de o jogo não ter tido autorização da Nintendo. Ainda tenho a fitinha e a guardo com um certo amor platônico, já que o console não a lê mais. A tela fica azul se você tenta faze-la rodar no console.
Ela também ganhou uma fita crepe velha enrolada de cima a baixo da fita. Provavelmente eu deixei a coitadinha cair e ela parou de rodar.
Como minha mãe também gostava de jogar eu a assistia horas e horas jogando Columns. Eu morria de medo da trilha sonora eu amava assistir aquelas pecinhas brilhantes sumindo e se juntando as outras, numa mistura de Tetris com Candy Crush. Só fui tentar jogar o game um dia que minha mãe levantou alguns segundos pra atender o telefone ou a porta, e acabei com o jogo dela por que não conhecia os controles. Mas com o tempo fui aprendendo e até comecei a jogar contra ela.
Tive um número considerável de jogos de Sega CDX, além dos que já citei e os que citarei mais a frente, tive Jurassic Park, Ariel: The Little Mermaid (tinham vários jogos da Disney dessa época que eu amava muito), Streets of Rage, Mortal Kombat II, Street Fighter, entre outros que tenho apenas a vaga lembrança das telas na mente mas nada de nomes.
Mas um que sou obrigada a falar sobre é Sonic the hedgehog.
Sonic, o ouriço azul bem melhor que o Mario. O fanático por anéis que fez meu vício nesse console se fixar por completo. Sonic, o jogo cujo a música da Green Hill Zone é meu toque de celular. Toque de celular.
Acho que foi o jogo que passei mais horas seguidas jogando, não só por querer zera-lo várias e várias vezes mas pela dificuldade que o jogo apresentava em certos momentos. Meus dedinhos infantis não cooperavam com os controles. Mais tarde, joguei Sonic 3 no console dos meus primos; e mais tarde ainda desejei os jogos do Sonic pra Wii (só desejei mesmo, as vezes penso que foi até bom eu não ter o tido).
Cheguei até a apelidar um conhecido dos meus padrinhos de Dr. Robotnik por ele ser gorducho e usar calças iguais as do vilão. E quase quebrei todos os dentes escorregando pelo apartamentos de meias no estilo “SOU RÁPIDA IGUAL O SONIC!!!” (Mais uma vez: criança é meio besta mesmo)
Golden Axe eu ganhei do meu primo mais velho. No inicio achei meio tosco. Tinha um pouco de raiva por não entender nada do que estava acontecendo no game. Mas no final acabei curtindo, e gostava muito de jogar com a personagem feminina.
Lembro quando joguei Diablo III no lançamento e encontrei aquele gnomo que dropa itens e gold quando você o acerta. Lembrei na hora de Golden Axe, bateu uma nostalgia engraçada.
Esse foi um dos primeiros jogos que joguei 2 players-coop com amigos (até então só tinha jogado Columns de dois com minha mãe), e me lembro das briguinhas que já tive pra poder usar a minha personagem.
E, finalizando de um jeito bem engraçado e sombrio, Ecco the Dolphin merece o meu reconhecimento e devoção.
Eu morria de medo desse jogo. Na parte em que o golfinho que controlamos da um salto para fora d’água e todos os amiguinhos dele desaparecem eu quase chorava. Tinha desespero e horror desse jogo.
Nunca zerei esse game, nunca o entendi; mas pretendo tentar achar o CD dele e zera-lo, agora com consciência do que estou fazendo.
A principio era só mais um sidescroll pixelado, onde você controlava um golfinho; mas pra mim parecia um jogo de terror. Um jogo de terror em baixo de d’água.
A trilha sonora dramática e os cenários de solidão no mar me deixavam em pânico. Nem lembro por que eu insistia em jogar aquilo, sei que depois de um bom tempo apenas brincando com o meu golfinho e meus amigos golfinhos saltando bonitinhos pela água… Um super vortex do mal surgiu do além e engoliu meus amigos e outros seres do mar. E eu chorei por um bom tempo achando que eu tinha era quebrado o jogo e que minha mãe ia brigar comigo… É.
SAGA CDX me lembra infância, inocência, simplicidade, tardes no sofá de casa tomando leite com toddy num copo com bico enrolada num cobertor felpudo. É até hoje um dos consoles que me traz as mais boas lembranças, tanto com os jogos em si quanto o que eles me trouxeram naquela época da vida.
Que bom que eu ainda tenho o meu aqui do lado da mesa do computador.
Esse foi o primeiro post da saga Eu e o Vídeo Game que vou iniciar aqui no blog. Pretendo falar sobre vários consoles e plataformas que tive e as minhas principais experiencias com cada uma delas, focando não só nos jogos mas também nos acontecimentos pessoais e emocionais da minha vida.
Veja o próximo post da saga: Eu e o Vídeo Game II: Playstation 1
