Eu gosto de gostar das coisas, e é só isso que eu quero
Um texto sobre sentir a poesia das coisas e os sentimentos positivos
2023 passou voando. Mais do que os outros anos tem passado voando, cada vez mais e mais. Já parou para pensar que em menos de três meses o Ano da Pandemia terá sido há quatro anos atrás? Foi um ano de aprendizados, de calmaria externa e tempestades internas. Foi o ano que eu pude relaxar, e também o que quis voltar para a terapia. Foi o ano que, como expliquei no último texto que postei aqui tanto tempo atrás, finalmente consegui conversar comigo. E olha que 2023 ainda nem acabou.
Descobri que sou muito ambiciosa. Talvez até mais do que eu já sabia que era. Descobri que tenho essa pretensão inocente e ousada de querer gostar das coisas. Simplesmente gostar. Me peguei esse ano inteiro, depois de desenterrar a eu que eu tinha deixado para trás, refletindo e entendendo que eu sempre fui uma amante de tudo. Mais do que gostar de coisas e pessoas, eu gosto de gostar.
Existe uma poesia nisso. Tenho aprendido que existe poesia em tudo, e que o universo conversa com a gente o tempo todo. O universo me colocou agora escrevendo esse texto, e você aí depois lendo-o. Talvez seja uma mensagem, e eu gosto de imaginar que tudo o que eu gosto tem uma mensagem de amor entre os seres humanos. Tudo o que eu toco, consumo, aprecio e compartilho tem as mãos e/ou a mente de outro ser humano envolvida. Isso não faz todos nós estarmos profundamente conectados? Quero só gostar dessa sensação. A sensação de que simplesmente por gostar de algo que existe, não estamos sozinhos.
Talvez a minha relação com a cultura pop seja um exemplo bem palpável disso, para que você possa entender. A toxidade da internet as vezes me assustava quando eu queria apenas gostar de alguma coisa. Podei esses gostos e a minha relação com certas coisas por uma pressão esquisita de que eu não era o suficiente nem mesmo para simplesmente gostar de algo. Escrevendo assim, agora, parece loucura. E é. Esse ano aprendi a lutar contra isso. Tinha me afundado nos meus medos sobre sentir demais, gostar demais. De não ter senso crítico, de ser muita emoção e pouca razão.
Gosto de gostar. Gosto de ver pequenas poesias do dia a dia e simplesmente sentir a sensação palpável no peito de que aquilo me deixa feliz. Gosto daquilo. Gosto de imaginar as pessoas fazendo aquilo. Gosto de jogar um jogo bobo ou ver uma série de procedência duvidosa e gostar de me divertir e imaginar que todo mundo ali deu o seu melhor. Gosto de simplesmente gostar, sem precisar justificar gostar de mais ou de menos. Sem procurar linhas lógicas, críticas construtivas ou dizeres acadêmicos. Gosto e ser uma apaixonada, uma fã, uma gostante. Gosto.