Oi, quer conversar? Desculpa, eu não sei mais fazer isso - Dropando Ideias

Existem algumas coisas que eu preciso assumir e escrever. É, sim. Vou direto ao assunto. Não acho que sei redonda hoje, polida. Acho que é minha ansiedade. Ou talvez seja só o jeito que eu acordei hoje. Não sei e também não acho que precise saber. Tô falando as coisas rápido demais? Bom, vamos lá.

São coisas bobas, meio pequenas. Insignificantes no mar de sensações bizarras que eu tenho durante apenas um dia, e mais insignificantes ainda se colocadas no plano aberto que é preciso pra observar todo o contexto. Eu tenho mais coisas entaladas na garganta do que deveria; e do que gostaria também. Ao mesmo tempo eu escrevo e fico pensando que todas as minhas frases são longas demais. Ou curtas demais. Ou estranhas demais.

Desabafar é complicado. Escrever também.

Perceber tudo isso é, de certa forma, reconfortante de uma maneira incomoda. Eu não sei resolver tudo que deveria ter resolvido dentro de mim, mas ao mesmo tempo não me sentir mal. É como notar depois de alguns dias que ainda tinha um pouco de chocolate guardado na gaveta, mas que depois de tanto tempo esquecido ele ficou mole e azedo. É estranho. Ou bizarro. Dá um pouquinho de esperança e depois tira ela de você e ainda joga sal na ferida. Mas é só uma feridinha. Coisa boba, mas filha da puta.

Faz um tempo que sinto que não sei fazer quase nada direito. Não por insegurança ou qualquer coisa que eu acho que lidaria mais fácil do que a realidade, mas simplesmente porque sinto. Escrever virou um processo desesperadoramente difícil, e pensar sobre isso é mais ainda. Ter ideias, estudar, lembrar que aquela palavra tem acento. Ou não.

Se eu fosse um relógio sinto que estaria indo rápido demais com os meus ponteiros: funcionando, sim, claro. Mas rápido demais. Um segundo que na verdade são 0,83 milésimos. Funcionando, sim, claro. Mas não bem o bastante. Não no ritmo certo. Não como eu queria funcionar.

Um relógio rápido demais talvez servisse para alguém como eu mesma. Vê como eu não consigo amarrar um parágrafo com o outro? Cada um deles fala de uma coisa, e sobre nada ao mesmo tempo. É totalmente descompassado.

Eu queria pedir desculpas por toda essa falta de ritmo, mas não sei exatamente pra quem. Talvez pra mim mesma. Talvez. Mas ainda sim isso é muito… clichê? Esse não é um daqueles momentos que deveria ter algum culpado? Não, culpado não. Mas pelo menos alguém para assumir a responsabilidade pelas minhas mágoas e coisas entaladas, alguém que pudesse sentar comigo num café por meia hora (24 minutos no meu relógio descompassado, na verdade) e resolver a questão. As questões.

Não sei mais terminar textos.

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