Viagem de sete dias na Argentina: em Buenos Aires há muitos cafés #DiárioDeBordo

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Faz uma semana que voltei para o Brasil. As vezes me pego olhando para o mapa mundi no Google Maps de novo, pensando na distância percorrida e em como tempo e espaço são coisas malucas. Buenos Aires é muito mais longe do que Ilhabela, mas de avião eu levo menos tempo para chegar lá do que no litoral paulista. Parece loucura, mas talvez seja só o século 21.

Foi a primeira vez que sai do país. Quando pousei, as três da madrugada, lembro de pensar que até a sensação do ar na minha pele parecia diferente. O taxista que nos levou até o hotel era tímido e se esforçou o máximo que conseguia para entender nosso pseudo-espanhol. Eu estava tão longe de casa quanto jamais estive, e me perguntava se agora eu seria uma pessoa diferente por ter dado o primeiro passo para realizar meu sonho de viajar o mundo. O mundo é grande, e eu pequena. Sou enorme por dentro, e o mundo é um ovo.

🇦🇷 A primeira vez fora do país

Tem tanta poesia por aí, e eu me peguei analisando o desenho das ruas largas da cidade pela janela. Buenos Aires parece muito com São Paulo, só que mais limpa e segura. Muito mais vazia de gente. Era para eu ter conhecido a cidade antes, mas uma situação estressante e inesperada (que resultou em uma cirurgia de quatro horas no meu namorado) impediu nossos planos. Passado o susto, resolvemos ir em família e curtir a virada do ano.

Para ser honesta, eu estava meio apreensiva em escolher a Argentina como meu primeiro destino internacional. É aquela coisa das primeiras vezes que deixa a gente com um frio na barriga meio incomodo. E se desse algo errado? E se o mundo fora do Brasil fosse alienígena demais para mim? Ao mesmo tempo que existia um desejo bastante bobo de ter a minha primeira vez fora do país em um destino badalado como Nova Iorque ou Tóquio.

Não me entendam mal: Eu sempre soube que Buenos Aires seria maravilhoso, mas havia uma parte de mim com medo que nossos planos fossem atrapalhados de novo por causa de algum problema de saúde ou pela minha ansiedade gritante. Eu queria tudo perfeito. Qual não foi minha surpresa quando acordei na manhã seguinte no hotel e percebi que o mundo continuava o mesmo, só que agora um pouquinho mais espaçoso para me caber. A mesma Letícia, e o mesmo mundo, só que melhor.

📅 Sete dias na Argentina

Nosso roteiro foi regado de restaurantes com bons vinhos, pontos turísticos e cafeterias. Minha sogra, filha de argentino, preparou todos os detalhes. Conhecemos o cemitério da Recoleta, fomos a restaurantes incríveis e comemos MUITO. Passeamos por Puerto Madeiro de manhã e durante a virada do ano, vimos a livraria El Ateneo Grand Splendid, e conhecemos a cidade em um Tour de Ônibus guiado passando por todos os pontos turísticos.

Um pouco de tudo que a gente comeu!

Nossa casa por alguns dias foi o Claridge Hotel. Uma hospedagem super completa e muito bem localizada, em uma região conhecida por ser bem turística. O serviço de quarto, o café da manhã, a piscina e o atendimento foram tudo de bom. Me lembrou muito da época da minha infância onde eu viajava bastante com meus país em São Paulo, e ficávamos em hotéis “clássicos”, com aquele jeitinho de hotel de filme. Vou me lembrar com muito carinho das medialunas do café e do carbonara delicioso que pedi no quarto. <3

☕ Café, café, café, café

Há poucas coisas que eu amo mais do que andar pela rua em busca de uma xícara de café. Sei muito bem o quão influenciada eu fui ao longo dos anos pelas centenas de fotos de copos do Starbucks que via no Tumblr. Hoje em dia, buscar cafeterias se tornou um vicio. Se andar por São Paulo em busca de cafés é divertido, imagine em Buenos Aires, onde há um café a cada esquina?

Talvez o Microcentro deveria ser conhecido como o bairro do café, assim como a Mooca em São Paulo é conhecida por suas pizzarias. Tentei acordar e ir em uma cafeteria diferente à cada dia. A Letícia de 14 anos estaria mais do que realizada. Havia muito mais cafés nas quadras próximas ao hotel do que seria possível eu tomar, e todos com a mesma aura moderna e chique que uma gen z poderia querer. Alguns dos que amei provar foram o Culto Café, o Take & Coffee, o 90’s Coffee Roasters, e tantos outros que nem cabem aqui. Meu favorito foi o Cafe Martinez; e nem preciso dizer que o grão de café brasileiro é o queridinho por lá, né?

As inúmeras cafeterias foram um ponto altíssimo de ficar pelo Microcento, mas além disso ele também se destaca como bairro comercial e turístico central de Buenos Aires. É uma região que junta o passado e o presente: como se o centro velho de São Paulo estivesse a todo vapor, com todo tipo de comércio imaginável e com várias startups ocupando os escritórios. As ruas tem calçadas largas e bem iluminadas, que dão uma sensação de que caminhar é muito mais importante do que a passagens dos carros. Fazia um bom tempo que eu não pegava o celular na rua para gravar o meu entorno, e BA me deu essa liberdade de mão beijada. Ainda sim, nem tudo são flores: durante a noite o bairro acumulava várias e várias lixeiras bem cheias; o que até criava um estranhamento enorme no dia seguinte com tudo limpo.

⚓ Puerto Madeiro

O que hoje em dia é um dos lugares mais badalados de Buenos Aires já foi um cantinho meio abandonado da cidade. Minha sogra me contou que quando ela era pequena, essa área de Buenos Aires nada mais era do que um bando de containers e prédios velhos acumulando ratos e baratas.

Hoje, Puerto Madeiro aparece no Google como “o bairro mais elegente de BA”, e preenche suas margens com prédios de startups, restaurantes de rede enormes, cafés, e até um enorme prédio do banco da China. Foi, sem dúvida, o meu lugar favorito da cidade.

Há uma junção maluca de cidade grande com litoral que, como paulista, nunca consegui entender direito. Faz sentido que grandes centros urbanos ficassem próximos ao mar, vista a história da humanidade, mas eu nunca tive muita oportunidade de conhecer lugares assim. E é tão relaxante quanto se possa imaginar: no meio do caos, parar para ver o movimento da água do mar.

🇧🇷 Ser #BrasileirosPeloMundo em 2023

Por fim, fica aqui uma meta para o futuro: ser uma brasileira viajada, e sempre conhecendo lugares novos. A hashtag mais famosa dos viajantes brasileiros no Instagram nunca fez tanto sentido quanto em Buenos Aires. Acho que todos os brasileiros resolveram viajar para BA ao mesmo tempo, já que ouvir o português pela cidade era mais do que super comum. Era engraçado ver como algumas lojas, inclusive, colocavam música brasileira para tocar buscando atrair clientes.

Ah, e diga-se de passagem: ninguém faz festas de final de ano como nosso querido Brasil. 😂 Espero voltar para BA em breve! <3

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